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Maria da Penha, foi. vítima de violência

Maria da Penha, foi. vítima de violência
Devido a luta dela, foi homologada a Lei Maria da Penha.

domingo, 5 de junho de 2016

Uma realidade triste, cruel e assustadora.


Observando a revolta de uma parte da população sobre a violência cometida por essa menina em uma das comunidades do Rio, essa grande parte que faz questão de expor sua opinião convicta de que não houve estupro e a acusam por suas escolhas erradas, assustadoramente no meio desses revoltosos estão mulheres, muitas mulheres de varias idades e diversas classes sociais.

Passei um tempo me questionando e sofrendo por essas mulheres que não conseguem ver que essa menina é fruto de um meio cruel, do vício, e dessa cultura que não respeita a mulher, não respeita o ser humano.


Então, esses dias como uma explosão de emoção me vieram à tona algo cruel e que causa espanto, querem negar o estupro que está em nosso cotidiano, querem acreditar que o estupro é somente algo cruel e distante feito por maníacos, psicopatas, doentes mentais. Mas não, esse caso, essa historia mostra que eu já fui vítima e que você homem já cometeu esse crime e nem se deu conta. Cruel, né? Assustador.



Mas vamos lá, vou tentar explicar.

 Uma mulher com vida boemia, de muitas baladas e bebidas e já acordou no dia seguinte sem ter a certeza do que havia acontecido, já ficou com caras em baladas e só lembrava quando ligavam ou alguma colega dizia. Se a mulher estava muito bêbada e você percebeu e mesmo assim foi aos finalmente, você cometeu esse crime.



Pois é, vulnerabilidade, amnésia a alcoólica é uma arma para mulher ser responsabilizada e para esse mesmo homem que também bebeu, mas conscientemente viu que o estado físico era de “está querendo” aproveitar para abusar, e finalizar a noite, afinal se estava doidona na pista era isso que estava buscando. Triste realidade, mas é comum.


A esposa que está cansada e só precisa dormir, está precisando de um momento dela e acorda com seu marido a acariciando, muitas vezes a penetrando... Para esse marido não há estupro, para essa mulher é seu dever de esposa aceitar sem questionar. Cruel e é estupro.


A jovem que em festa usou drogas, compartilhada entre amigos, incentivada por muitos homens e ficou tão louca que foi a diversão dos meninos. Quem nunca ouviu esse relato em um bate papo descontraído? Onde o que se ouve é bem feito, ela deu mole ou caramba, essa garota é muito piranha. Não, ela não é piranha, ela é vitima desse machismo escancarado na nossa frente.

Os relatos são variados e tristes e inseridos em nosso dia-dia, poderia escrever um livro te dando os mais variados exemplos. 
Ao invés de querer justificar o certo ou errado, o que é justo ou não,  devemos olhar para dentro de nós e tentar ser mais humano, perceber que nossa sociedade precisa amadurecer. Avisar a uma adolescente que esse perigo existe em todos os lugares.


Sobre a menina que fez nossa população parar e refletir, se revoltar, questionar, mídia divulgar diversos casos, pesquisas compartilhadas, mulheres se unirem, eu me solidarizo por suas escolhas erradas e pelo sofrimento que trouxe para sua família e desejo que você consiga se libertar do caminho escuro e consiga encontrar paz e luz, se refazer e aceitar ajuda...

 Para as meninas que estão descobrindo as baladas, que curtem se divertir, eu peço para que cuidem de seus copos (aquilo que nossos pais diziam é o melhor conselho), cuidem de suas amigas e voltem para casa juntas, observem se alguma amiga está ficando vulnerável cuide bem dela, ela irá te agradecer depois. Meninas permaneçam unidas!!!

As mulheres casadas, vocês são donas de seus corpos, são donas de si, o marido de vocês é um companheiro para a vida não seu dono.

Aos homens eu peço compaixão, mais humanidade e que respire fundo, mas respeite, tenho certeza que é o que sua mãe falou para você a vida inteira.

E eu desejo que possamos olhar para o próximo sem querer justificar que a vitima não é tão vítima assim.

Ninguém sabe a dor que o outro carrega em sua vida.

Ninguém sabe o porquê naquele dia em especial a mulher bebeu um pouco mais, a esposa quis dormir cedo, a jovem estava vulnerável para tirarem proveito dela.

Ninguém sabe a dor que o outro carrega ninguém sabe os motivos da escolha do outro, mas podemos tentar fazer algo para a nova geração que vem. 

Podemos ensinar a amar, respeitar o limite do seu corpo, sua mente e do corpo e mente do próximo também.

Rafaela de Oliveira
Estudante de psicologia 😉

2 comentários:

  1. Ótimo texto! Prá se pensar!!!Amei e sofri percebendo o quanto já me deixei levar por conceitos herdados de uma sociedade machista e medíocre!

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  2. Texto perfeito. E uma reflexão simples e objetiva. Parabéns. Vou divulgar nos meus grupos bjss

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